terça-feira, 4 de outubro de 2011

EVEREST

Parti para Lukla num vôo impressionante, bordeando montanhas e serpenteando desfiladeiros. O pouso, quase insólito: uma pista em aclive (para auxiliar na frenagem!), com a cabeceira num precipício e o fim em um paredão de granito... o piloto era dos bons (ouvi dizer que os melhores do Nepal estão nessa linha).
Comecei a caminhar,  sem guia ou carregador, às 10h, meio tarde para tentar qualquer proeza. Encantei-me com a trilha, com grotas vales, vegetação exuberante, cachoeiras, casas/vilarejos sherpas e, por óbvio, muitos deles repetindo o seu simpático "namastê". O aproveitamento do solo agricultável, então, merece todas as reverências.
Por volta das 14h passei por Phakding e resolvi buscar abrigo 4 Km depois, num belo local, com uma cascata e um rio ligeiro no fundo. Às 16h, já instalado.
O segundo dia foi de boa caminhada. Paisagem exuberante... e consegui avistar o Everest! (imponente como eu imaginava). Ao chegar em Namche Bazaar fiquei impressionado. Uma estrutura formidável, num lugar onde não há maquinários para ampliar a força de trabalho, quando muito no transporte, pois, eventualmente, usam a tração animal.
Estava convicto de não me estender muito no trekking. Acabei balançando um pouco quando, no café da manhã, um indiano me disse que iria até Kala Pattar em três ou quatro dias (o indicado é sete ou oito). De pronto constatei que o caminho é difícil e proporciona claros efeitos da altitude (lembrei um pouco do meu primeiro Caminho Inca). Quando parei para almoçar, comentei que cheguei a pensar em fazer o roteiro mencionado pelo amigo hindu... Os sherpas, guias e portadores no recinto, me desaconselharam e frisaram: "só de você quiser ganhar o direito de voltar com o helicóptero de resgate...".
Retomei a caminhada, sem a menor pretenção de atos heróicos. Passei por Tengboche, onde existe um importante e calmo monastério budista (um daqueles que esperava encontrar no Tibet)...
No caminho de volta a grata surpresa de ver o Lhotse e o Everest. Foi um presentaço, pois senti que cumprira a missão que me propusera: uma breve prospecção na trilha por onde passaram os grandes mitos do alpinismo mundial.







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