quarta-feira, 9 de novembro de 2011

ANO EM CHAMAS

O sabático ano
Não é um mito
Tampouco engano
Agora acredito

A pleno pano
No fruto bendito
Do velho plano
Em trajeto bonito

Só lamento o dano
Na dívida que quito
Pois o puro cubano
Arde em chamas aflito 










sexta-feira, 4 de novembro de 2011

CONTRIBUIÇÕES "NOMADO-SABÁTICAS"

Neste meu ano sem sede acabei por fixar um protocolo mínimo da rotina nômade: subir ao ponto mais alto e analisar o terreno; pisar no chão e percorrer os meandros concretos do espaço por ocupar, traçando um bom mapa do que realmente interessa; por fim, fazer as bases materiais para o aproveitamento dos recursos existentes.
Bem confiante no método exposto, sempre que possível o pus em prática Castelo São Jorge (Lisboa); La Giralda (Sevilha)... Kilimanjaro...
Nos exercícios constatei que o ano sabático em si cumpre a fase panorâmica do protocolo nômade no contexto geral da vida. É um mirante, uma forma de observar verticalmente para o mundo do qual se despede e para aquele em perspectiva; pode-se perceber o relevo das duas áreas e comparar as potencialidades.
Observei muito. Chegou a hora de sentir o chão e traçar a topografia do novo mundo, sem idealizações, mas confiante nas constatações registradas: o momento da síntese.
E a práxis? Estará impregnada de experiências muito ricas, pois não se sai impune de uma vivência desta magnitude. Desde a resignação peregrina (cristã, budista ou hinduísta) até a resolutividade maasai de eliminar os obstáculos (ainda que sejam leões), passando, é claro, por uma boa mediação negocial apreendida nas medinas.

E, para dar o merecido lirismo ao momento presente, alguns versos pontuais:

CORTE INCISIVO

Estar na estrada
Sem endereço
Ampla morada
Inestimável preço

Importante estada
No mundo avesso
À vida sediada
Ousado recomeço

Nessa empreitada
O corte é espesso
Na última camada
Da carne que forneço

Com lâmina afiada
Em golpe de apreço
A precisa espada
Diz-me o quanto cresço

















sábado, 29 de outubro de 2011

OS HITITAS E A HISTÓRIA CLÁSSICA

Estive em alguns sítios das civilizações mais festejadas (grega, romana, bizantina e otomana), mas pisar numa colina onde se instalou a capital do Império Hitita me deixou perplexo.
Claro que Pérgamo e Éfeso empolgaram, mas Hattusas, na atual Bögazkale, disse mais: outros povos contribuíram para aquilo que se intitula "processo civilizatório". Pus-me a pensar que a "história clássica" é mais um ocultamento do que um desvelamento, apenas defende a versão que interessa; é, em boa medida, a história da verdade: um conjunto de narrativas com pretensão de certeza. O que os compêndios dizem em breve bosquejo está esmiuçado na pedra, em símbolos decodificáveis, sobre o "Povo de Hatti".
Os hititas vieram do Cáucaso para a Anatólia e só por isto mereceriam destaque em qualquer manual de história. Trata-se de um incomum fluxo migratório no sentido norte-sul do Velho Mundo que resultou num sofisticado império, de um povo dotado de desenvolvida escrita, arquitetura monumental e sistemáticas relações político-comerciais com outros povos (existem tratatos firmados em placas de bronze).
Escavações trouxeram à tona detalhes da sociedade em questão. Mesmo assim houve resistência da comunidade científica, que só se rendeu frente às provas materiais obtidos com precisos métodos arqueológicos.
Quiçá a boa arqueologia ainda desminta a história da verdade contando a verdade da história, contribuindo para que  outros povos e outras narrativas participem do discurso.








quarta-feira, 26 de outubro de 2011

CAPADÓCIA

De centro do desenvolvimento do cristianismo nos primeiros séculos ao intenso e sofisticado turismo nos dias de hoje. Difícil é encontrar os remanescentes dos autores do legado ao Patrimônio Histórico Cultural.