Depois de ir ao Café Martinho, o próximo passo em Lisboa seria ir a uma boa casa de fado. Tirei informações que me conduziram ao Clube do Fado... Quando lá cheguei, fui surpreendido com a vocação turística do local: tudo preparado para convencer... Não me convenceu. Por sorte o garçom foi extremamente grosseiro nas três oportunides em o interpelei e resolvi saltar de banda.
E naquela altura, como encontrar a boa pista? Simples. Na parada do bonde perguntei para um senhor de uns sessenta anos "onde se ouve um bom fado em Lisboa?... onde o senhor iria?"; e ele me respondeu: "um Fado Vadio? Na Rua São Pedro".
Nem imaginava o que seria um fado vadio, mas fui para a tal rua. Tudo de bom. Muitas casas com fado ao vivo. A escolhida foi a "ESQUINA DO FADO", onde uma família atende (muito bem), cozinha e canta maravilhosamente. E, assim, ouvi fado sem enfado...
Assim é a cultura viva. Não está no roteiro turístico ou comercial, mas na boca do povo que gosta da coisa. Fora do brete no qual se aferram os inocentes corpos (chamados turistas) que buscam descortinar um mundo diferente. - Obrigado bom gançom que me "expulsou" do Clube do Fado!
Este blog registra caminhos, culturas, personagens e impressões vivenciados durante um período sabático empreendido com o intento de conhecer os efeitos do nomadismo na experência humana. Seguramente se trata de repertório parcial, vinculado a escolhas acumuladas durante uma história pessoal pautada por descontinuidades e rupturas contundentes.
terça-feira, 31 de maio de 2011
FADO SEM ENFADO
segunda-feira, 30 de maio de 2011
HOMENAGEM A PESSOA
Quem tenha lido Pessoa
E que venha ao Martinho
É impossível ficar à toa
Será pássaro no ninho
Dos versos que entoa
Desde o Alto Minho
Pois aqui se corôa
Com bom vinho
Na histórica Lisboa
A poesia do caminho
NAVEGAR É PRECISO
Há uns dias passei a refletir sobre a afirmação que Fernando Pessoa faz em um dos seus famosos poemas, vaticinando no verso seguinte que "Viver não é preciso". E me chamou a atenção para o problema semântico que pode ser aqui levantado: preciso/necessidade ou preciso/precisão.
Ao que parece, os versos de Pessoa (ortônimo) se referem à "necessidade". Mas há que se reconhecer que a precisão dos atos de navegar poderiam dar o tom da tese/antítese, pois viver é impreciso. Nos lançamos no mar da vida e até fazemos planos, mas não há regularidade nos ventos, nas correntes nos equipamentos de bordo... Bordejamos e, às vezes, vamos à pique mesmo quando estritamente corretos. Quantas surpresas nos aguardam, por mais que sigamos todas as regras do bom-viver!
Eis a grande lição: a vida é incerta (e ai daquele que duvida...), e, se a levarmos como bom navegadores, temos melhor chance. Nem sempre a melhor direção é a mais direta (para se ir a Oeste, muitas vezes conduz-se a nau a Leste).
Mas afinal, será que o poeta dos heterônimos não pensou na heterossemântica? Considerando a multiplicidade pessoana, é bem possível que ao menos Álvaro de Campos cogitasse a questão ora levantada. E, assim, talvez dissesse: viver é necessário, embora impreciso.
(texto escrito no balcão de "A Brasileira", um dos bares que Fernando Pessoa frequentava em Lisboa)
domingo, 29 de maio de 2011
sexta-feira, 27 de maio de 2011
quinta-feira, 26 de maio de 2011
VILA NOVA DE FOZ CÔA
As gravuras do Vale do Côa e as paisagens do douro Vinhateiro são dois patrimônios mundiais reconhecidos pela UNESCO.
quarta-feira, 25 de maio de 2011
VALE DO DOURO
Daqui vem o Vinho do Porto (exclusividade do solo rico em Xisto). Nas quintas de Pinhão pude ver o "rol das nascentes" e provar dos melhores...