Uma vez recebi a seguinte assertiva: "É a inquietude da alma humana que nos torna nômades". Talvez aqui esteja uma ponta do mistério da atração pelo movimento.
A nossa inquietude nos faz buscar outros espaços, que podem ser no campo material ou imaterial. Aqui, a abstração no campo da criação; lá, a concretude no movimento.
Nunca paramos. Nosso espírito se movimenta e muitas vezes somos por ele compelidos a exercícios reais. No meu caso, o nomadismo resulta diretamente do inconformismo com a estagnação e da necessidade de renovar as energias utópicas.
Sempre concordei com a afirmação kantiana no sentido de que para conhecer o mundo basta conhecer bem a nossa aldeia. Mas, agora, sei que é impossível para uma aldeia dar conta de todos os mundos possíveis e existentes no real concreto.
Buscar a multiplicidade "in loco" é uma forma aristotélica de conduta, da, qual sou adepto, sem deixar se reconhecer que algumas estruturas são recorrentes (ora transcendentes; ora imanentes).
Este blog registra caminhos, culturas, personagens e impressões vivenciados durante um período sabático empreendido com o intento de conhecer os efeitos do nomadismo na experência humana. Seguramente se trata de repertório parcial, vinculado a escolhas acumuladas durante uma história pessoal pautada por descontinuidades e rupturas contundentes.
sábado, 22 de outubro de 2011
NOMADISMO E INQUIETUDE
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