sábado, 20 de agosto de 2011

MAASAIS

Pastores nômades vindos do Egito para a Tanzânia há séculos, os maasais são o exemplo de resistência cultural. Não precisam ser reconhecidos para serem libertados, são livres. O turismo afeta um tanto da vida desse povo, que, no entanto, aprendeu a bem conduzir os visitantes para aquilo que querem mostrar, recebendo um mínimo pela intrusão.
Para mim, pisar em uma aldeia maasai representou uma transposição para algo de ancestral que tanto procuro, para algo que não se desmancha mas se constrói no ar, pois sólido não é (para utilizar uma antítese ao materialismo histórico).
Entendi o título da obra "Escrito nas Nuvens", livro adquirido durante um encontro de Antropologia Jurídica em Lima (ocasião em que o Projeto Nômade ganhou corpo) e que trata da historicidade da África Negra: a perenidade está na leveza da substância e não no peso da forma. Grandes conteúdos não precisam de métodos complexos.
O momento mais grandioso foi quando perguntei a um jovem maasai (que acabara de relatar a ocasião do seu ritual de passagem ao matar um leão...) acerca de sua religião e ele respondeu, sem titubear, A MONTANHA. Insisti sobre qual montanha (pensando que poderia se tratar do Kilimanjaro), e o jovem simplesmente apontou dando a entender "aquela que vejo". E lá estava eu, no meio da aldeia, na diminuta condição condicionada a liturgias ocidentais. Karibu!







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